Asbury: o culto evangélico que começou, mas ainda não terminou 

Asbury: o culto evangélico que começou, mas ainda não terminou 

Rodolfo Capler ouviu estudantes norte-americanos e conversou sobre o fenômeno religioso que persiste por mais de 150 horas ininterruptas

A universidade de Asbury, em Wilmore, Kentucky, Estados Unidos, experimenta um impressionante fenômeno religioso há mais de uma semana. Centenas de universitários se reúnem em oração e louvores ininterruptos que já duram mais de 150 horas. As imagens de jovens ajoelhados em lágrimas estão percorrendo os Estados Unidos, tendo chegado, inclusive, ao Brasil. O evento, que está sendo interpretado por alguns teólogos protestantes como um pequeno “despertamento espiritual” ou novo “avivamento” começou no último dia 08, quando alguns estudantes se reuniram para cultuar a Jesus na capela da Universidade de Asbury. A reunião, costumeira e despretensiosa, irrompeu em inúmeras expressões emocionais por parte dos jovens, que testemunharam estar dominados por um silencioso senso de transcendência.  O culto, que tinha hora para terminar, continuou e, até o momento, não se encerrou. O fenômeno, que já pode ser considerado uma espécie de repetição do chamado “avivamento de Asbury”, evento ocorrido na mesma universidade, em 1970, já atraiu a atenção de centenas de norte-americanos, que desejosos de experimentar o que lá acontece, estão saindo de várias partes dos Estados Unidos e se direcionando à pequena cidade de Asbury.

Visto de fora do movimento cristão-evangélico, pode ser interpretado como expressão de mero emocionalismo. Dentro do segmento religioso, a percepção corrente é a de que Asbury experimenta uma ação divina extraordinária, que pode resultar em envolvimento profundo com a fé cristã, arrependimento, conversões e engajamento missionário. Para a jovem Taylor McGaugh, 20, estudante de Psicologia da Universidade de Asbury, o campus experimenta algo nunca visto pela sua geração. “É verdadeiramente um momento na história de Asbury que nunca será esquecido. Quando ouvi falar sobre o que acontecia, fiquei confusa, mas, quando fui à capela da universidade, entendi que precisava daquela experiência e que muitos outros estudantes dela necessitavam”, disse em depoimento à coluna.  Ainda segundo McGaugh, o “avivamento de Asbury” está atraindo ao campus

muitos missionários cristãos e estudantes de outras universidades. “Fiquei muito chocada quando as pessoas diziam que faculdades e missionários de todo o país, estavam chegando à Asbury. Eu nunca

experimentei ou vi nada assim antes, então saber disso me deixou animada para tudo o virá depois desse avivamento”, afirma. Percepção semelhante tem a fazendeira, Nina Mullins. Criada no norte do Estado de Nova York, Mullins, 45, que hoje é mãe de dois adolescentes, é ex-aluna da universidade. “Eu me formei em 2000. Este reavivamento não foi planejado, porém, é muito belo. Não é estrondoso e cheio de sinais e maravilhas, os quais muitas vezes vem às nossas mentes quando pensamos na palavra avivamento. Em vez disso, é pacífico, suave e cheio de arrependimento e adoração”, descreve. A sensação de que o episódio de Asbury é de procedência transcendental também écompartilhada por Ethan Mayo, 23, ugandense de Kampala e filho de missionários estadunidenses. Entre os anos de 2017 a 2021, Mayo estudou em Asbury e se formou no ministério de jovens. “Em relação ao fenômeno, eu diria que nada mais é do que o Espírito Santo trabalhando. De forma alguma é uma produção feita pelo homem, mas surgiu aleatoriamente a partir de uma fome de ver Deus se mover”, relata. 

Fonte: VEJA

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Marleth Silva

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